Incrível! Ela - como boa pupila de Lula & Dilma - afirma essas besteiras e tudo bem! Tá explicado...
Qualquer pessoa com um mínimo de instrução sabe o porquê da importância de um projeto, ainda mais em se tratando de obras: ele é fundamental para que haja eficiência e eficácia na alocação dos recursos, sem o qual dificilmente o resultado final será alcançado, seja pela ótica da qualidade da obra, seja pela de sua economicidade. É nessa fase que são definidos os conceitos de organização do espaço, bem como a tecnologia a ser empregada, custo e benefício, entre outros.
Não por outra razão, a Lei 8.666, de 21/06/1993, é taxativa ao condicionar a existência de projeto básico aprovado pela autoridade competente para que a obra seja licitada:
Art. 7o As licitações para a execução de obras e
para a prestação de serviços obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à
seguinte seqüência:
I - projeto básico;
II - projeto executivo;
III - execução das obras e serviços.
§ 1o A execução de cada etapa será obrigatoriamente
precedida da conclusão e aprovação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos
às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido
concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado
pela Administração.
§ 2o As obras e os serviços somente poderão ser
licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível
para exame dos interessados em participar do processo licitatório;
II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de
todos os seus custos unitários;
III - houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das
obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício financeiro
em curso, de acordo com o respectivo cronograma;
IV - o produto dela esperado estiver contemplado nas metas estabelecidas no
Plano Plurianual de que trata o art.
165 da Constituição Federal, quando for o caso.
...
Vê-se que a execução do projeto executivo simultaneamente à execução das obras é uma exceção, tanto que deve ser autorizado pela Administração. Desde - é claro! - que tal procedimento não fira os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (art. 3º de referida lei).
Ou seja, a contratação de obras sem que o projeto executivo esteja acabado e aprovado pressupõe que sua execução siga as etapas já concluídas do projeto, sob pena de, em não o fazendo, o custo final e a qualidade da obra não atenderem ao interesse público, nem aos princípios fundamentais da Administração Pública nas contratações.
Ou seja, a contratação de obras sem que o projeto executivo esteja acabado e aprovado pressupõe que sua execução siga as etapas já concluídas do projeto, sob pena de, em não o fazendo, o custo final e a qualidade da obra não atenderem ao interesse público, nem aos princípios fundamentais da Administração Pública nas contratações.
A discricionariedade do administrador público não alcança a decisão de cumpri-las ou não, a seu bel prazer!
Ocorre que - parece - essa é uma lei “que não pegou”. Como se isso fosse possível!
E assim, vemos se sucederem obras que se desmancham ou que necessitam de reparos antes mesmo de estarem prontas. É a complacência dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de Contas que dão azo a que essa lei seja costumeiramente burlada!
Mas reclamar para quem? No primeiro mandato do governo Lula, os pagamentos na famosa operação "tapa-buracos" antecederam não só projetos, orçamentos e alocação de recursos. Foram realizados antes mesmo que as empreiteiras tivessem sido formalmente contratadas... É só realizar uma perícia nos contratos para se confirmar que suas datas são anteriores às de sua confecção e assinatura. (Ainda assim - como de praxe - sem qualquer projeto ou especificação técnica.)
Enquanto a sociedade considerar normal tais procedimentos, continuaremos cada vez mais desesperançados, envergonhados de sermos brasileiros e - o que é o pior! - cúmplices do futuro que legaremos a nossos filhos e netos.